sexta-feira, 9 de março de 2018

 Cinema e psicanálise 

Podemos observar ao assistir o filme: "A pele que habito", uma feroz batalha entre o desejo, o amor e os limites que o ser humano pode orbitar.
“A pele que habito” é considerada como uma obra prima de Almodóvar, tanto pela temática abordada, como nos recursos fílmicos de fotografia e de roteiro.

Pode-se dizer que Almodóvar apresenta a paixão que o ser humano tem pelo amor, e como isto pode cegá-lo na percepção dos próprios limites. O desejo torna os que são por ele tocados em fantasmas, sombras, espectros, deformações, mesmo que belas. Para que o desejo se realize ela deve destruir tudo o que o limita. O filme conta a história de alguém que sobreviveu, apesar de inescrupulosamente marcado, à violência do desejo

A pele demonstra com facilidade os estados emocionais: palidez, rubor, sudorese (associados com o medo, pavor, vergonha, ansiedade, etc). Assim pele e mente, coloquialmente, podem ser sinônimos, como diz o dito popular: “Eu não gostaria de estar na sua pele”, como quem diz que não gostaria de estar vivendo os conflitos o que a outra pessoa está vivendo, não gostaria de ter que lidar com o que outro está tendo que lidar.

Então um título para o filme também poderia ser “A mente que habito”, pois vemos a presença de “mentalidades” e seus desdobramentos em cada personagem, configurando, inclusive, o seu destino.
A pele também demarca um limite, um contorno, uma condição de contenção, que separa os indivíduos, e que ao mesmo tempo oferece uma superfície e o contato.

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