segunda-feira, 30 de abril de 2018

Atiividade 12 ET Filosofia

Creio que a importância da  linguagem na psicanálise está situado mais na comunicação entre o investigador e o investigado, uma  forma de se manifestar e de transmitir aquilo que sentimos, desejamos , pensamos, fantasiamos.
Através  dessa  linguagem, a psicanálise investiga a mente, o consciente e o inconsciente os sonhos os desejos, a cultura,  o (conjunto estrutural do aparelho psíquico),eles representam o real, simbólico e o imaginário, Lacan afirma que “o inconsciente é estruturado como linguagem”.
No entanto mais importante que a fala, creio que a ordenação dos  pensamentos, como o sujeito se situa entre a ética e o desejo, desvendar o real oculto no inconsciente.
Lacan  em termos teóricos indica um retorno a Freud,onde paradigma teórico de Lacan esta na cultura na forma de linguagem, a teoria linguista , onde lança as bases de pensamento psicanálise.
No final de 1975, Lacan juntamente com filósofos do circulo da ciência em Viena, buscam uma linguagem científica e universal, e faz referencia a Freire e Wittgenstein.
Além da lógica, ele desenvolve a topologia Lacaniana, onde utiliza as relações lógicas com determinados elementos que nos ajuda a compreender a psicanálise em termos de teoria os “Nós” representados em três círculos , para nos ensinar a trabalhar com os três conceitos da psicanálise , o Simbólico, o Real  o Imaginário, e como se relacionam em relação ao sujeito  do inconsciente.

sexta-feira, 9 de março de 2018

 Cinema e psicanálise 

Podemos observar ao assistir o filme: "A pele que habito", uma feroz batalha entre o desejo, o amor e os limites que o ser humano pode orbitar.
“A pele que habito” é considerada como uma obra prima de Almodóvar, tanto pela temática abordada, como nos recursos fílmicos de fotografia e de roteiro.

Pode-se dizer que Almodóvar apresenta a paixão que o ser humano tem pelo amor, e como isto pode cegá-lo na percepção dos próprios limites. O desejo torna os que são por ele tocados em fantasmas, sombras, espectros, deformações, mesmo que belas. Para que o desejo se realize ela deve destruir tudo o que o limita. O filme conta a história de alguém que sobreviveu, apesar de inescrupulosamente marcado, à violência do desejo

A pele demonstra com facilidade os estados emocionais: palidez, rubor, sudorese (associados com o medo, pavor, vergonha, ansiedade, etc). Assim pele e mente, coloquialmente, podem ser sinônimos, como diz o dito popular: “Eu não gostaria de estar na sua pele”, como quem diz que não gostaria de estar vivendo os conflitos o que a outra pessoa está vivendo, não gostaria de ter que lidar com o que outro está tendo que lidar.

Então um título para o filme também poderia ser “A mente que habito”, pois vemos a presença de “mentalidades” e seus desdobramentos em cada personagem, configurando, inclusive, o seu destino.
A pele também demarca um limite, um contorno, uma condição de contenção, que separa os indivíduos, e que ao mesmo tempo oferece uma superfície e o contato.

quarta-feira, 28 de fevereiro de 2018




Autor:                           
Francisco Verardi Bocca

Instituição
Universidade Federal do Espirito Santo

Sigla da instituição
UFES Vitória – 2017


País da instituição
Brasil;

Instituto/Departamento
 PAIXÕES E PSICANÁLISE

Idioma
 pt_BR;

Título
 Dimensões modernas da natureza humana


Resumo atividade 14
Freud desenvolveu especulações teóricas apoiado em uma mecânica de estímulos produzindo uma concepção do psiquismo segundo o modelo das ciências naturais.
A busca pelo não sofrimento: a classificação dos neurônios e a funcionalidade de cada grupo; o transporte de informações entre os neurônios.
Freud e Josef Breuer, publicaram um estudo, (histerismo é um forte descontrole emocional), sustentando que o sujeito histérico, em estado hipnótico, volta à origem do trauma, salientado pontos que geraram a doença durante sua vida e que estão ocultos, buscam a causa do mal e, em uma espécie de cartase, se liberta do distúrbio. Tem início a Teoria Psicanalítica, que depois Freud desenvolveria outros escritos que possibilitou a filiação de Freud, ao estatuto das Ciências Naturais.
Freud  argumenta que um enfoque quantitativo e qualitativo as articulações entre as noções de qualidades psíquicas, quantidades de estímulos e princípios operacionais do sistema nervoso e  considera a consciência nesse aspecto qualitativo, admitindo a urgencia de sensações conscientes. Freud  defende que a noção de prazer é um estatuto particular na teoria sobre a vida passional do homem, atribuindo-lhe uma consideração negativa ao encarar todos os estímulos recebidos pelos neurônios como fontes de desprazer para o aparelho psíquico.





  atividade 12 

Autor:                           
Francisco Verardi Bocca

Instituição
Universidade Federal do Espirito Santo

Sigla da instituição
UFES Vitória – 2017


País da instituição
Brasil;

Instituto/Departamento
 PAIXÕES E PSICANÁLISE

Idioma
 pt_BR;

Título
 Dimensões modernas da natureza humana


Resumo
Freud introduziu no Projeto um tópico dedicado à dor e dele retirou consequências, que estaria relacionado um tipo de acometimento inconveniente e falho no funcionamento do sistema nervoso, uma vez que consistiria em uma invasão por grandes quantidades de excitação que não foram evitadas pelos órgãos sensoriais.
Freud recua à condição mais primitiva o papel do desprazer no psiquismo como agente motivador.
A tese foi possível pensar o desprazer, e mesmo a dor, como fatores que põem tanto phi como psi em movimento, pois estimulam o sistema ao cumprimento de sua inclinação primária na medida em que toda excitação sensorial é produtora de desprazer , ela tende para a dor proporcionalmente ao aumento da quantidade de estímulo.


   FREUD NA CONSIDERAÇÃO DO PRAZER COMO FUNDAMENTO DA VIDA
                                                      PASSIONAL

   RESUMO

O reconhecimento da perseverança com que Freud relacionou o funcionamento psíquico ao mecanismo do prazer, que tem como propósito a inclinação para a fuga da dor, em outras palavras, para atingir a meta de evitar o desprazer. Por conta disso, a busca por resultados de uma investigação relativa à uma possível matriz filosófica que teria dado sustentação a tal concepção, criando suas condições de possibilidade. Freud coloca em perspectiva histórica o campo teórico em que a própria noção de prazer recebeu desenvolvimentos na modernidade, assim como Hobbes, Locke e Condillac, com a expectativa de que nos permita adicionalmente reconhecer o estatuto particular que essa noção recebeu de Freud.
Palavras–chave: Modernidade, Psicanálise, Estímulo, Prazer, Desprazer.


ABSTRACT
This article was motivated by the recognition of the perseverance with which Freud related the psychic operation to the mechanism of pleasure, which has as purpose the inclination to the escape of pain, in other words, to achieve the goal of preventing the displeasure. Because of it, our purpose is to present the results of an investigation related to the possible philosophical matrice that would give support to such conception, creating its conditions of possibility. We did this by putting in historical perspective the theoretical field where the own notion of pleasure received developments in the modernity, visiting authors as Hobbes, Locke and Condillac, with the expectation that we can additionally recognise the particular statute that this notion received from Freud.
Keywords: Modernity, Psychoanalysis, Stimulation, Pleasure, Displeasure.


INTRODUÇÃO


O comportamento humano deve ser explicado em termos das novas ciências; o conhecimento baseia-se na sensação e é modificado depois, segundo princípios mecânicos. Mas, o que é a sensação? Quais são estes princípios mecânicos? Hobbes (1979), apoiado em Freud, conclui que para entender a natureza humana só é possível com a fragmentação mecânica dos elementos que irão compor a paixão e a compreensão da sociedade civil. Se a engrenagem de um relógio faz com que seja possível seu funcionamento, então, segundo Hobbes, existe uma engrenagem que irá compor o funcionamento das paixões. Portanto, as paixões são o desencadear de um mecanismo humano que envolve desejo, prazer, imaginação e sensação. Todos estes proporcionam movimentos voluntários que direcionam o homem, como ser, a empreender sua interação com o ambiente e os semelhantes.
A sensação é a primeira engrenagem na mecânica do desejo. Ela é estimulada pelo corpo exterior que captado pelos sentidos humanos (tato, paladar, olfato visão e audição) leva ao cérebro e coração uma impressão que resulta num esforço em definir ou transmitir o que chamamos de sensação. A partir desta engrenagem surge outra definida como imaginação, que se encontra nos homens como um efeito qualitativo do movimento. Para Hobbes (1979), na ordem cronológica, a imaginação sucede à sensação. Em sua obra, LEVIATÃ, ele afirma que há nos animais dois tipos de movimentos que lhes são peculiares. Um deles chama-se "movimento vital" que são a circulação do sangue, o pulso, a respiração, a digestão, a nutrição, a excreção, etc. O outro chama-se "movimento voluntário": como andar, falar, mover qualquer dos membros, da maneira como anteriormente foi imaginada pela mente. Sendo assim, começa a explicitar o sentido em que a imaginação pode ser considerada a primeira origem interna dos movimentos voluntários, articulando, assim, a potência do movimento à potência cognitiva ou imaginativa. Ele deixa claro que a imaginação nada mais seria do que um resíduo da sensação, já que o objeto-causa da sensação não precisa estar presente. A imaginação diz respeito apenas àquelas coisas que foram anteriormente percebidas pela sensação. Falar e andar, exigem sempre um pensamento anterior (uma sensação como matéria-prima), memorizada, que permite projetar o movimento, antecipá-lo em imagem. Muita memória, ou a memória de muitas coisas, chama-se experiência. A experiência permite ao homem formatar mentalmente os desejos por objetos que não estão presentes. Exemplificando, podemos destacar o seguinte:
Exemplo 1: "imagine, um limão suculento, respingado de gotas de água em sua casca verde escura, você o põe sobre a mesa e o divide com um objeto cortante. Toma para si uma das partes e degusta pressionado-a ao ar em direção a sua boca sentindo o gosto dosado pelas pequenas gotas que lhe caem em contato com as papilas gustativas." Se você salivou, demonstra que conhece o fruto e sua experiência relacionou a imaginação à sensação trazendo assim ao mecanismo do corpo o prazer ou desprazer pelo objeto conhecido .
Exemplo 2: "imagine, uma pupunha suculenta que acaba de ser retirada da árvore. Você a divide em duas partes com um objeto cortante e degusta uma das partes pressionando-a ao ar em direção a sua boca, sentindo o gosto dosado pelas pequenas gotas que lhe caem em contato com as papilas gustativas." Se você nunca foi ao estado do Pará, talvez não conheça o fruto e não tenha ideia do sabor, logo, não relaciona imaginação à sensação e por fim não haverá resposta de prazer ou desprazer pelo objeto desconhecido. .
Entendendo a imaginação também como um movimento interno, é preciso destacar que Hobbes define imaginação e a memória como sendo uma e a mesma coisa, que, por razões várias, tem nomes diferentes .
O mundo a nossa volta proporciona estímulos que irão interferir diretamente em nossos movimentos vitais. Todo estímulo considerado benéfico ao movimento vital produz nos órgãos dos sentidos uma sensação que pode ser chamada de deleite ou prazer. Por outro lado, fica evidente que todo estímulo que provoca o enfraquecimento do movimento vital, provoca sensação de desprazer ou dor. Nessa perspectiva, Hobbes desloca o amor para a condição de uma paixão positiva derivada de um desejo bem sucedido por um objeto causador de deleite. Assim, o desejo e o amor se avizinham mediados pelo prazer, apenas distinguindo-se pela ausência do objeto, no desejo e pela presença, no amor. Ocorre o mesmo para a aversão e o ódio, mediados pelo desprazer.
O desejo enquanto movimento, portanto, pode ser conceituado como um dado primário de acionamento da vida passional e da máquina mental, o que só foi possível porque seu mecanicismo impôs-lhe a noção de que um movimento reativo em face de um estímulo, sendo desejo ou aversão, não pode ser evitado ou abandonado no campo de forças que é a natureza. Assim, prazer e desprazer, bem como o amor e o ódio, surgem efetivamente como resultado desse esforço reativo, quando bem ou mal sucedido, respectivamente. Definimos, então, a aversão como recusa dos objetos hostis e o desejo como a busca de objetos úteis, os quais são filtrados pela necessidade de conservação da vida ou dos movimentos vitais. .
As ideias de prazer e dor são as causas de nossas ações. Principalmente as que visam promover a fuga da dor. Dessa forma, o par prazer e desprazer colocam-se como fundamental para o funcionamento dos pensamentos e ações, com a diferença de que o desprazer ou dor predomina em relação ao prazer ou deleite. Contudo, a importância é sempre atribuída ao par, já que possibilitam, pela memória e pela imaginação, evitar experiências e objetos causadores de desprazer, proporcionando prazer adicional a conservação do organismo. Estas ações consideradas pelas faculdades mentais, como imaginação, memória, juízo, são consideradas, por Condillac (1993), inatas. Ele afirma que a mente é capaz de conhecer, porém, em relação a essa operação, a capacidade é inata, mas o conhecimento é adquirido. Afirma ainda que, não há nenhum conteúdo ou faculdade do espírito que não seja constituído a partir de uma sensação, isto é, que não tenha sua origem nela. Ele acredita que os juízos se mesclam a todas as nossas sensações; e que nos é necessário aprender a tocar, a ver, a ouvir, a sentir, pois assim, as faculdades da alma têm sua origem na própria sensação, não sendo inatas.
O desejo, então, baseia-se como ação do prazer, que prefigura a apropriação de tudo o que é necessário para a conservação da vida e apropriação de conhecimentos. No entanto, a aversão desempenhará papel complementar, já que o desprazer que a acompanha decorre da ameaça à conservação da vida. Portanto, a natureza humana relativa ao hedonismo - que considera o prazer como a essência da felicidade ou que exalta o prazer como suprema norma moral, considera o prazer e a dor como os únicos critérios para a avaliação de uma dada ação. As ações de prazer ou desprazer, inerentes a natureza humana, recebem a incumbência de gerar a maquinaria mental e a fazê-la funcionar num percurso que vai numa solução de continuidade de dado elementar da impressão sensível às mais complexas operações do espírito.
A proposta freudiana considerava os seres humanos como objetos naturais submetidos a causas e leis naturais. Nessa perspectiva é que ele enfrentou o desafio da articulação entre corpo e mente, apoiado na ciência natural e na teoria das paixões, ambas prevalecentes em sua época. Baseou seu estudo no pressuposto da lei da inércia, que diferencia atividade de repouso, o que demandou de início um enfoque de natureza quantitativa (ciência natural), recebendo uma abordagem complementar qualitativa (teoria das paixões), que acompanhou suas considerações acerca do fenômeno da consciência. Assim, aponta para a peculiaridade da noção de prazer considerando que o ser humano é dotado de um sistema nervoso cuja arquitetura seria organizada em torno da função de manter a variação de estímulos recebidos igual ou próxima de zero.
Inicialmente, Freud, considerava o sistema nervoso apenas como um conjunto de neurônios, porém, a diversidade de fontes de excitação ou estímulos acabou sendo a responsável pela constituição plena do que ele chamou nessa obra de aparelho neurológico, bem como de suas funções, como percepção, memória e consciência. Freud não faz referência somente aos estímulos externos. Ele afirma que o sistema nervoso recebe estímulos do próprio elemento corporal, internamente, da ordem da fome, respiração e sexualidade, operando de uma maneira que não permite esquiva ou eliminação pela ação reflexo motora. .
Por isso o sistema nervoso passa a promover o armazenamento de parte desse estímulo, e assim administrá-lo de modo a ser utilizado para provocar alterações que atendam às suas demanda. ;
A partir daí, a atuação do princípio do prazer passa a ser a eliminação do excesso excitação, atendendo à exigência de impedir que qualquer estímulo externo danifique o sistema enquanto conserva uma pequena porção dele, mantendo seu nível constante.



Considerações finais
Conclui-se, portanto, em Freud, que o ponto de vista quantitativo ou ciência natural não se desvincula do qualitativo ou teoria das paixões, que leva em conta a constituição das funções mentais ou psíquicas, das motivações das nossas ações, dos motivos para preferir ou ordenar uma cadeia de idéias ou ação a outra. Sem o fator qualitativo nossos pensamentos se movimentariam desgovernados sem direção ou objetivo. Identifica-se, na particularidade da noção de prazer concebido por Freud, a possibilidade de pensar o desprazer, e mesmo a dor, como fatores que põem tanto corpo como a mente em movimento, posto que estimulam o sistema ao cumprimento de sua inclinação primária já que a dor resulta de um aumento quantitativo excessivo. Portanto, prazer e desprazer estariam sempre referidos à ocupação do sistema com enfoque das paixões na constituição mental. Sendo assim, sua teoria demonstra a clara noção de que o prazer estaria relacionado à descarga da excitação ou das quantidades excessivas




  Referências bibliográficas:



 BOCCA, Francisco Verardi. Prazer, Psicanálise. Nat. hum.,  São Paulo ,  v. 11, n. 1, p.    
101-128, jun.  2009 .   Disponível em <http://pepsic.bvsalud.org /scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1517-24302009000100005&lng=pt&nrm=iso>. acessos em  28  fev.  2018.
  CONDILLAC, E. B. 1993: Tratado das sensações. Campinas, Ed. Unicamp.
HOBBES, T. 1979: Leviathan. S. P., Abril Cultural.
SANTOS.Renato dos.O prazer como fundamento da vida passionalES. 2014. Disponível em<http://artigos.netsaber.com.br/resumo_artigo_57661/artigo_sobre_o-prazer-como-fundamento-da-vida-passional---freud> Acesso em 28/02/2018


quarta-feira, 13 de dezembro de 2017



No vídeo, Vladimir Safatle  fala de sua obra Circuito dos Afetos , e investiga desdobramentos de suas idéias acerca de uma ontologia do negativo, a qual sustentou em sua tese de doutorado
O primeiro mostra que cínico é aquele que aprendeu a rir das normas: não importa se estas se realizam de maneira invertida, para o cínico o que realmente interessa é a promessa de gozo  imediato  do  neoliberalismo.  Posteriormente,  Grande Hotel Abismo aprofunda a investigação sobre uma ontologia capaz de exercer uma pressão subtrativa e insiste no potencial produtivo de experiências de indeterminação. Que afetos estão ligados á produtividade do trabalho do negativo. Que afetos permitem a insurgência de uma violência destruidora daquilo que nos faz estagnar em um circuito de repetições intermináveis. Que afetos criam sujeitos? Estas são as perguntas centrais de Circuito dos Afetos .
Para pensá-las, Safatle retorna a Freud, particularmente ao desamparo freudiano. Este é, de fato, um retorno, pois somente após incorporar sua tríade (Hegel, Lacan e Adorno) nosso autor poderia ler Freud tal como, agora, propõe. Diferentemente do medo ou da esperança, o desamparo não estão ligado a projeções de determinados acontecimentos futuros. O desamparo se conecta a situações as quais n‹o somos capazes de atribuir um sentido (ou, como prefere Safatle, atribuir um predicado) ou a experiências que não sabemos como lidar. No desamparo agimos sem saber em que lugar chegará. Mas, mesmo desamparados, agimos. Movemo-nos, pois de algum modo devemos ter sido capazes de perceber que estávamos presos a um circuito de repetições. Estranhamos isso - o desamparo, nestes termos, articula ação do estranhamento ( Das Unheimlich ) freudiano. Nosso autor escreve sobre uma política do impossível, isto é, sobre uma política ligada a um ato que não este mais fundado nas possibilidades que nos são disponibilizadas por uma ordem simbólica.  Trata-se de um ato que só poder adquirir sentido retroativamente.  A partir de textos freudianos, Safatle formula, ainda, um diagnostico acerca da hegemonia de certos afetos em nosso modo de vida: sua leitura de Totem e tabu  expõe a forma atual de um circuito repetitivo de medo e culpa, conexo a um lado social de base melancólica.
Em Totem e tabu ,Freud conta a história de um pai primevo que possuía todas as mulheres e tinha acesso a um gozo ilimitado. Os filhos se unem, matam o pai e, depois disso, comem a sua carne. Ocorre que, desde o início, a relação com o pai era ambivalente: os filhos não só odiavam, também o amavam. Foram, por  isso,  apos
Resenhas o parricídio, tomados por sentimentos de medo e de culpa. O banquete totêmico mostra que, com o assassinato, o pai não fica para trás, ele é introjetado. e desse modo que o supereu freudiano se forma. Poderíamos concluir como fazem alguns, que o parricídio é um marco para a constituição de um lado horizontal entre irmãos. Há quem diga que estaria a’ a base de uma sociedade democrática e igualitária. Safatle mostra, todavia, que não é esta a história narrada em Totem e tabu :
 A morte do pai e sua introjeção melancólica produz um fantasma. Nosso autor escreve que as democracias neoliberais são sociedades de irmãos assombrados pelo fantasma do pai.  Vivemos em tempos de neoliberalismo e de injunção ao gozo, em vez do supereu repressivo da época de Freud, o supereu, hoje, ordena: goze agora! Satisfaça-se imediatamente! Os irmãos se tornaram indivíduos que competem entre si e buscam afirmar sua potencia (querem ser como o pai); são, hoje, empresários de si mesmos. Para pensar a política no tempo presente, devemos então, compreender que o lado entre indivíduos no neoliberalismo se constitui melancolicamente. A centralidade desta idéia fica clara na afirmação ao  gênese do supereu em Freud está alicerçada em uma analítica da melancolia (SAFATLE, 2015: 82) e na passagem que a segue:
É possível dizer que o poder nos melancolia e é dessa forma que ele nos submete. Essa é sua verdadeira violência, muito mais do que os mecanismos clássicos de coerção e dominação pela força, pois trata-se aqui de violência de uma regulação social que leva o Eu a acusar a si mesmo em sua própria vulnerabilidade e a  paralisar sua capacidade de ação
Tanto o luto como a melancolia são processos ligados á perda de um objeto de forte investimento libidinal. Na melancolia, entretanto, o trabalho de elaboração não se realiza por completo. O objeto não é deixado para trás, ele permanece de um modo bastante peculiar: é introjetado, ou seja, é ligado ao eu. Dessa maneira, afetos como raiva e ressentimento por ter sido abandonado pelo objeto amado se voltam contra o próprio sujeito. Na melancolia há um movimento pendular entre, de um lado, auto-acusações e sentimento de impotência e, de outro, afirmações obstinadas da potencia. Não é por acaso que indivíduos, empresários de si, oscilam, hoje, entre uma profunda sensação de impotência (o aumento dos diagnósticos de depressão não aconteceu sem motivo) e procura por maximização do desempenho. Os indivíduos não cessam de tentar alcançar a potencia plena ou gozo ilimitado (como o do pai primevo) que o neoliberalismo promete. O luto conforma outro modo de lidar com a perda. O trabalho de luto apenas pode se realizar, contudo, se formos capazes de agir sem medo de perder um objeto que já, desde sempre, estava perdido. Em outras palavras, o luto está ligado um ato que acontece sem o amparo de fantasias como a de um pai primevo e sem a promessa de um gozo ilimitado. Safatle se refere ao luto da idéia de indivíduo e da promessa neoliberal de gozo; este é, para ele, um luto do impossível. 
Vídeo “Freud, Hobbes e o Destino do Corpo Político”(Conferência do professor Vladimir Safatle do Departamento de Filosofia da USP no IV Fórum Brasileiro de Pós-Graduação em Ciência Política sediado pelo Departamento de Ciência Política da UFF)

quinta-feira, 29 de outubro de 2015

Texto Reflexivo PA

Bem quando eu comecei á utilizar  o mapa conceitual, na realidade foi do desenvolvimento da disciplina.  
Eu e boa parte dos professores que conheço fazem a mesma pratica de planejar os conteúdos sem a utilização visual do mapa.
Fazíamos um planejamento baseado em rotinas á serem seguidas, montadas á partir de pesquisas , PPP, e também de acordo com a orientação do pedagogo da escola numa especie  de trabalho acadêmico, seguindo toda aquela pratica de  Introdução, objetivos gerais, específicos, desenvolvimento. avaliação  etc..
No entanto a visualização do mapa, faz essa tarefa ficar muito mais fácil, pois torna possível observar todo o percurso da atividade  do inicio até o focal.
Achei muito interessante  e facilitou muito a elaboração das aulas com esse mapa.
Na atividade da disciplina por exemplo, quando achávamos que estava tudo resolvido, fomos surpreendido com um problema, o tema e a musica escolhida foi explorada demais, poderíamos ter problemas com semelhanças de outros projetos, optamos então  em refazer toda a atividade.
Num primeiro momento realmente houve uma certa  preocupação, mas como já tínhamos elaborado toda atividade montado todo o mapa, fizemos novas pesquisas, para refazer foi necessário apenas   mudar o instrumento utilizado que no caso seria uma musica com arte, buscamos,  uma musica que poucas pessoas conhecem e remontamos, redirecionamos e fechamos sem a preocupação de plágio, ficou um pouco mais longo, no entanto tivemos muito mais saberes e disciplinas para utilizar  no PA.
O planejamento com mapa conceitual realmente nos ajudou na atividade.

quarta-feira, 30 de setembro de 2015

MAPA CONCEITUAIS AVALICAÇÃO EDUCACIONAL




Optei por montar um mapa sobre avaliação educacional.
Este mapa pode ser utilizado en toda e qualquer disciplina no inicio , no desenrolar e no final dos semetres anos letivos ou como sondagem dos conhecimentos pre adquiridos da turma para aplicanção de novos conteudos.